
os tijolos sempre se repetem
ao infinito e o tiro de bala
barata resvala e estoura
dentro de uma cabine vermelha.
Tenho vapor nas narinas,
a areia gruda nos pés
queimados de reflexos
brancos de um sol que
só gosta de cozinhar
Tenho suor na camisa,
as ruas infinitas sempre
levam a torre e o museu
é maior do que posso
suportar sem me matar.
Tenho o estômago cheio,
engolido pela vontade
de comer e arrotar,
nem o grito da morte,
me fez a comida recusar.
Tenho os ouvidos surdos,
e o que se fala não é
para mim o que se escuta
é consequência real
imediata do que não entendo.
Tenho fumaça na cabeça,
os rios correm para todos
os lados e para lugar
nenhum bar me diz não
e eu só quero enrolar.
Tenho água na garganta,
que desce e evapora
antes de eu repirar.
O fundo é vazio, morto
não há nada para mostrar.
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