terça-feira, 8 de junho de 2010
Portas Todas
Como abri portas. Mais: como perdi tempo na frente delas pensando se valeria à pena abri-las. Em algumas, vi luz saindo pela fresta e fui sem medo. Outras, abri no impulso e me arrependi depois. O que mais me marcou, porém, foram aquelas que tinham uma parede por detrás. Eram portas de mentira. Com maçanetas, pesadas, mas que guardavam o nada. Muito diferente de guardar o vazio. Estas foram muitas. O vazio. Chegava a entrar, procurar nas quinas, sentar e esperar para concluir que realmente não havia nada. Quando menos esperava, abri uma porta óbvia e ali mesmo encontrei o que buscava. Desde então, passeio pelos corredores e admiro as portas que não desejo mais abrir. E a vida virou um grande passeio.
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Um comentário:
Sempre penso diante de portas. Inútil.
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