terça-feira, 8 de junho de 2010

Memória

Érico saiu rolando escada abaixo e caiu de pé já correndo pra porta de vidro quebrou com o ombro e rolou rua afora já roubando a bicicleta anônima cantando pneu no sereno do asfalto avançou o sinal sem frear ladeira abaixo vento na fuça cantando iron maiden a plenos pulmões xingando a velha a criança o mendigo o polícia o esquilo a porra toda cruza a avenida roleta russa sobrevive continua esquece e lembra o porquê da urgência três vezes e para.

Ofegante.

Se atira na frente do Santana 94 saca o 38 e

Arranca o coroa do carro chuta o viado (viado! viado!) no estômago sem pressa chuta de novo ri de nervoso moto-contínuo se arrepende e chora no volante treme grita limpa o para-brisa tchum tchum tchum tchum atropela o cachorro vadio acelera sem rumo perdendo controle na curva do parque retoma o controle os sentidos se esquece amolece reduz, reduz, reduz,, para.

Érico esquece.

Que sorte.

Um comentário:

Bruno Chuairi disse...

Fiquei cansado....Tenho que parar de fumar...
bjs
noiva