segunda-feira, 21 de junho de 2010

Espelhou!

O desafio é claro e direto. É o último lance e ele quer a minha melhor. Pede três, o que esvazia minha mão. Aceito com o orgulho dos nove anos. No chão, ele de pernas abertas, corpo curvado, mãos unidas, se prepara para o lance final. Meus olhos fixos, esperam um erro pouco provável. Ele é bom, muito bom. Vive fazendo aquilo. Deito, quero ver o lance por outro ângulo na esperança de notar alguma irregularidade.

As mãos de meu adversário sobem e descem em câmera lenta. Por um segundo não vejo o objeto que defendi por tantas rodadas. A lufada de vento se forma fazendo com que rostos girem e flutuem num céu de 15 centímetros. Rodam as seis, juntas. Putz, as seis cairiam para o mesmo lado. 50 a 50. Espero. Diacho de demora. Ei! Uma se soltou. É ela. Cinco caem viradas pra cima. Fariam parte do plantel de outro. A desejada faz manha, roda um pouco mais e, na descida, esbarra na perna dele. Espelhou! E junto com a espelhada, tia Jurema termina o jogo. Hora de almoçar.

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