segunda-feira, 28 de julho de 2008

Construção de Ecos

Vou rodar
ramos de rosa,
carros de roça
rugas de restos,
ranço das covas,
rímel de puta.

Vou restringir
o estrito atrito,
o tremelique estranho,
o truque tacanho,
o trampo perverso,
o trato do amor.

Vou chorar
cachos de chuvas,
fechos de luz,
em coxas insossas,
com manchas roxas,
lágrimas de chacal.

Vou falhar
na cama molhada,
na colheita das folhas,
na rolha de fundo,
na tertúlia do mundo,
na malha de judas.

Chifres de touro,
roupas de mouro,
tambores de couro,
anel de cristão.

À antiga espera
que a terra nos coma,
voltar a ser sombra
no fim da razão.

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