quinta-feira, 10 de abril de 2008

Qual?

O que sobra quando
o dedo falha, quando
o olho fecha, quando
se tropeça?

O que sobra onde
tudo morre, onde
o que há explode, onde
nem erva daninha?

O que sobra por que
não acorda, por que
não volta, por que
não há?

O que sobra como
lixo de rico, como
sol de estio, como
chuva rala?

O que sobra, no que
está verde, no que
não vem agora, no que
só se atrasa?

As perguntas
só causam
mais perguntas.

Melhor a ignorância
completa,
a cegueira discreta,
à saída.

Nenhum comentário: